Eleição não é Carnaval mas é alegria!
Duda Alcântara Formada pela FAAP, especialista em Economia Urbana e Gestão Pública pela PUC-SP, aluna especial da FAU-USP e da Georgetown University em Políticas Públicas. Reconhecida como jovem líder pelo Fórum Econômico Mundial por meio da rede Global Shapers, é Líder RAPS (Rede de Ação Política para Sustentabilidade), mentora no tema política na Escola de Impacto e líder do RenovaBr. Cochair Brasil da rede internacional Nexus Global, que conecta a próxima geração de filantropos com impacto social. Cofundou o Vote Nela, para eleger mais mulheres para cargos legislativos, a Virada Política, maior evento de inovação política da América Latina, e é coautora do livro “Princesas de Maquiavel: por mais mulheres na política”. Eleição não é Carnaval mas é alegria! Assim como a maioria das pessoas, eu cresci de forma completamente alienada e ignorante em relação à Política. Me formei no colégio sem saber o que faz um vereador ou deputado e demorei mais algumas eleições para começar a lembrar em quem tinha votado. Hoje, quase 10 anos depois, o meu cenário de alienação mudou consideravelmente e eu falo de Política com todos que encontro, com brilho nos olhos de quem enxerga não o que é, mas sim o que pode ser. Em 2024, assim como todos os outros anos números pares temos eleição, agora municipal e daqui dois anos estadual e federal. Mas quando falo sobre isso com a maioria das pessoas, recebo dois tipos de reações, a mais comum “Oi? Que? Cuma? Já? Para o quê mesmo?” ou um belo “Nossa, que saco! Vai atrapalhar tudo”. Eu consigo entender a falta de motivação. A comunicação política nos afasta Além dos papéis de santinho pela rua e da instabilidade econômica que esses momento podem trazer, o que hoje lemos por todos os lados são mais noticias ruins do que boas, escândalos, fofocas, notícias personalistas sobre o que fulano fez, muito mais do que a visão profunda do que realmente está acontecendo na política brasileira. É sobre “quem” muito mais do que “o que” ou “como”. Se afastar é o caminho natural. Querer se alienar é praticamente autopreservação. Porém como bem disse Platão “não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.” Nem sabemos quem são mas eles sabem muito bem o que querem Estamos num ciclo vicioso onde Política é sinônimo de coisa suja e causa repulsa, nos afastamos e em linhas gerais não queremos nem saber o que está acontecendo. Não nos importa a quem elegemos. Votamos como protesto em rinocerontes e palhaços, mas, na realidade, estamos elegendo pessoas que nem sabemos quem são mas que sabem muito bem o que querem. Candidatos envolvidos em corrupção dos pés à cabeça, pessoas com objetivos escusos que fazem mal para a política, para o país e consequentemente para nós. É triste. Mas não podemos achar que política é só isso. Política com “P” maiúsculo é ferramenta, logo, ela é o que fazemos dela. É o que possibilita nos organizamos em sociedade, é o que delimita o seu direito e o meu dever e vice e versa. Enquanto não podemos contar com o bom senso do ser humano, precisamos de acordos, negociações, convergências, leis que possibilitem equilibrar interesses e necessidades de todos, leis que devem evoluir continuamente através de novas evidências, argumentos e pensamentos. Política é, na verdade, a forma que temos para viver em harmonia. O que pode ser mais nobre do que isso? O resultado do uso dessa ferramenta em todas as esferas e de todas as formas vai depender de quem escolhemos colocar lá para nos representar e a eleição é esse momento, a “Festa da Democracia”. Eleições – A Festa da Democracia Ela pode não ser Carnaval, mas é um momento de alegria. É o momento onde as promessas se renovam, e a esperança também. É o momento que depende de você, mais do que nos quatro anos que vem na sequência, se fazer ouvir e influenciar quem serão as pessoas escolhidas como líderes, que irão ter a honra de conduzir a nossa cidade, o nosso estado ou país. Eu já fiz o exercício de me candidatar e também já fui presidente partidária. Nos últimos 7 anos passei a ser a pessoa que não conhecia absolutamente ninguém na política para conviver diariamente com lideranças que eu admiro. E eu as vejo fazer, pouco a pouco, a diferença. Seja pelo simples fato de serem uma referência positiva, uma voz que traz esperança e é um exemplo para que mais pessoas se sintam inspiradas a também querer servir, pois é isso que é um político, um servidor do público, das pessoas. Vejo lideranças inteligentes e competentes sendo estratégicas para construir consensos políticos para o bem da sociedade. Mas muito melhor do que acreditar em mim ou compactuar com a minha visão será você fazer diferente nessa eleição. Aproxime-se de candidatos, mande mensagens nas redes sociais, acompanhe, compartilhe sem medo de ser cancelado o que fizer sentido para você. Dialogue e respeite a visão do outro. Ajude na festa, envolva-se em campanhas, acompanhe o que o seu candidato, seja ele para o legislativo ou executivo, quer fazer para além da fofoca de jornal. Entenda antes de julgar e escolha alguém que represente a sua visão, que seja digno ou digna de te representar, ou candidate-se você mesmo, a janela partidária vai até dia 05 de abril. Esse ano quebre o seu próprio ciclo vicioso de negar a Política e celebre as eleições. Viva! Gostou da Coluna de Duda Alcântara? Acompanhe as próximas no nosso site quemterepresenta.com.br