A transição para a Política

Foto de Rodrigo Cobra, homem branco sorrindo, com braços cruzados e blusa azul.
foto de oswaldo filho, homem pardo com blusa preta sorrindo.

Por Rodrigo Cobra

Graduado em Administração Pública pela Universidade Federal de Lavras – UFLA. Dedicou-se à política coordenando estrategicamente campanhas eleitorais nos anos de 2010, 2012 e 2014. Também foi Chefe do Departamento de Finanças na Prefeitura de Lavras. Por meio da Rede Vetor Brasil, assumiu a posição de assessor de gestão e resultados no Instituto Estadual do Ambiente – RJ. Atualmente é Diretor Executivo no RenovaBR.

Em colaboração com

Oswaldo Filho

Estudante de Economia na PUC-SP, iniciou seu engajamento político e social como presidente do Grêmio Estudantil do IFPB-CG. Foi analista de Relações Institucionais no Mapa Educação. Atualmente é analista no RenovaBR contribuindo significativamente para a construção de um Brasil mais justo.

A transição para a Política

Pontos de atenção aos novos entrantes

A transição para a política, especialmente para novos entrantes, é frequentemente marcada por ansiedade e uma série de desafios. Este cenário, repleto de emoções intensas e estresse das campanhas, pode impactar significativamente o desempenho de candidatos inexperientes.

A ansiedade não gerida pode levar a uma dependência excessiva das redes sociaiscentralização das decisõescontratação imprudente de familiares e falta de planejamento estruturado.

Superar estes obstáculos requer um equilíbrio entre a comunicação digital e o engajamento presencial, além de uma abordagem gerencial que valorize a delegação e um planejamento cuidadoso, essenciais para uma campanha eleitoral bem-sucedida.

A Influência da Ansiedade no Ambiente Político

A ansiedade no contexto político pode desencadear uma busca intensificada por informações, influenciando diretamente as decisões e percepções dos indivíduos. Esta constante ansiedade no cenário político pode ter consequências adversas. Ela pode levar a decisões precipitadas, falhas de comunicação e, consequentemente, impactar negativamente a imagem pública do candidato. Além disso, a percepção de instabilidade emocional de um candidato pode influenciar a maneira como ele é visto pelo eleitorado, um fator crítico em qualquer campanha eleitoral. 

Os sintomas mais comuns entre os novos entrantes

Os novos entrantes na política tendem a apresentar comportamentos específicos decorrentes da ansiedade. Isso inclui uma dependência excessiva das redes sociais, um controle minucioso de todos os aspectos da campanha, a contratação de familiares para funções técnicas e a falta de estruturação de uma agenda diária eficaz para a campanha.

A Armadilha do "Candidato Digital”

Embora a presença nas redes sociais seja inegavelmente uma parte vital das campanhas modernas, a eficácia dessa comunicação digital não deve ser presumida, mas avaliada no contexto específico de cada campanha eleitoral. 

A dependência exclusiva das redes sociais, embora pareça uma estratégia moderna e eficiente, pode alienar segmentos essenciais do eleitorado. Uma abordagem excessivamente digital pode criar uma bolha virtual, limitando o alcance do candidato a determinados grupos e reduzindo as oportunidades de contato com eleitores mais tradicionais. O equilíbrio entre a presença digital e o engajamento em atividades de rua é crucial para uma campanha abrangente e inclusiva.

O Problema da Centralização Excessiva

A centralização das decisões, muitas vezes resultante da chamada “Síndrome do Coordenador de Campanha”, pode prejudicar a dinâmica e a eficácia da equipe. Uma campanha política bem-sucedida exige colaboração e diversidade de pensamento. 

Quando as decisões são concentradas em uma única pessoa, isso pode resultar em estratégias unilaterais e alienar membros valiosos da equipe, enfraquecendo a conexão com o eleitorado.

Contratação de Familiares na Campanha

A inclusão de familiares em funções importantes da campanha pode suscitar questões de nepotismo e comprometer a imagem do candidato. Além de possíveis tensões internas, essa prática pode afetar a percepção pública de favoritismo, prejudicando a reputação e a credibilidade do candidato.

A Importância do Planejamento Estruturado

A ausência de um planejamento estruturado, que inclui uma agenda clara e um calendário bem definido, pode resultar em uma campanha caótica e ineficiente. A falta de um roteiro claro pode levar ao desperdício de recursos, falhas de coordenação e perda de oportunidades estratégicas. O planejamento cuidadoso é essencial para garantir que a campanha alcance seus objetivos e mantenha a coesão durante todo o processo eleitoral. 

Este não é um caminho sem volta! Se bem orientado, motivado e consciente de sua missão, o candidato pode superar as armadilhas da ansiedade e alcançar um bom desempenho eleitoral.

“O planejamento cuidadoso é essencial para garantir que a campanha alcance seus objetivos e mantenha a coesão durante todo o processo eleitoral. Este não é um caminho sem volta! “

Orientações aos novos entrantes

Em 6 anos de atuação, o RenovaBR já acolheu mais de 2000 alunos. Essa experiência nos proporcionou a oportunidade de lidar com uma variedade de desafios e aprender a gerenciar os principais gargalos enfrentados pelos alunos e alunas em suas jornadas. 

O uso das redes sociais tornou-se uma ferramenta essencial para aqueles que estão começando na política, especialmente para aqueles com recursos limitados. Essas plataformas têm se mostrado decisivas na conquista de votos, mas é fundamental manter uma abordagem equilibrada. 

“É crucial que o candidato mantenha um equilíbrio entre o engajamento online e o trabalho de campo indispensável, assegurando que ambos recebam a devida atenção.”

Uma estratégia eficaz de campanha deve combinar uma comunicação digital robusta com um plano bem estruturado de atividades presenciais. Estas devem refletir e amplificar as pautas, bandeiras e ideias do candidato nas redes sociais. É crucial que o candidato mantenha um equilíbrio entre o engajamento online e o trabalho de campo indispensável, assegurando que ambos recebam a devida atenção.

Para os novos entrantes na política, é importante compreender desde o início que a campanha não é um esforço individual. Muitos iniciam sua trajetória política sozinhos ou com apoio limitado, frequentemente restrito à família. Este contexto pode levar a um excesso de envolvimento em todas as áreas da campanha, resultando em microgerenciamento. 

Para obter um desempenho eleitoral eficaz, é essencial superar essa fase inicial e adotar uma perspectiva gerencial mais abrangente do projeto político. Isso envolve delegar funções e responsabilidades, bem como monitorar o desenvolvimento e o trabalho da equipe. Estabelecer uma equipe eficiente e confiável é vital para permitir que o candidato se concentre nos aspectos mais críticos da campanha, assegurando uma abordagem mais estratégica e menos operacional.

"É importante estar atento à contratação de familiares para a campanha, evitando riscos e acusações de aproximação com a prática de nepotismo e outras práticas indesejáveis."
Calendário é um ponto central!

Um ponto crucial é a estruturação de um calendário e de uma agenda que garantam o uso  eficiente do tempo, dos recursos e do foco do candidato. Ele não deve se dispersar em compromissos que não são estratégicos para o seu projeto político, e deve pensar estrategicamente em cada uma de suas atividades para maximizar o retorno em termos de
mídia, exposição, captação de recursos e, lógico, votos.

No RenovaBR, nosso objetivo é fornecer as melhores ferramentas e conhecimentos necessários para assegurar que nossos alunos estejam plenamente preparados para enfrentar os desafios de uma campanha. Nosso foco está em capacitá-los para lidar eficientemente com a carga emocional associada a este período, permitindo que alcancem seu potencial máximo sem comprometer seu desempenho ou bem-estar.

 

Palavras da QTR?

O RenovaBR está com inscrições abertas para pessoas que desejam se candidatar às eleições municipais de 2024. Para conhecer melhor o que a organização oferece para seus alunos, clique aqui para acessar Guia do Processo Seletivo.

Gostou da Coluna de Rodrigo Cobra em parceria com Oswaldo Filho? Acompanhe as próximas no site quemterepresenta.com.br

1 comentário em “A transição para a Política”

  1. Olá, Recebi isto em grupo de WhatsApp, e amei! É um excelente artigo, pois traz muitas orientações necessárias.
    Parabéns!!

Comentários encerrados.

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