CONJUCLIMA – O Papel da Juventude na Política Climática e Ambiental

Lideranças do COJUCLIMA falam sobre defesa dos interesses climáticos e ambientais

A QTR recebeu, em um entrevista entusiasmada, dois jovens representantes do CONJUCLIMA, Coalizão Nacional de Juventudes pelo Clima e Meio Ambiente, Thalia e Rodrigo. Eles debateram sobre a importância da juventude na política climática. Destacaram a necessidade de envolvimento do território e a urgência de políticas públicas que considerem os impactos ambientais no cotidiano das pessoas.

Como começou o CONJUCLIMA

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Então, quando o CONJUCLIMA nasce, ele nasce de uma parcela da juventude que já acessava os espaços de tomada de decisão, de uma juventude que está há muito tempo pautando o clima, o meio ambiente. […] quando a gente pega o CONJUCLIMA em fevereiro do ano passado, a gente entende a necessidade de olhar para o território. 

Thalia – […] O CONJUCLIMA nasceu em uma conferência das partes, em um país que não respeitava os direitos humanos naquela altura, na COP 27, que foi uma das primeiras COPs mais controversas que a gente está tendo, e… quem estava naquele espaço, quais são as juventudes também que acessavam aquele espaço até aquele momento. 

Então, a questão do petróleo, a questão da mineração, a questão da falta de proteção, e foi um espaço que a gente conseguiu se acolher, porque isso é muito importante. Então, a gente tem muitas barreiras, enquanto juventude, enquanto movimento climático, jovem, ambiental, de realmente fazer os espaços serem mais abertos. Isso também vem até dos tomadores de decisão, porque é isso, a gente consegue acessar o espaço, mas às vezes a gente não é ouvido. E isso se fez muito presente nos diálogos amazônicos, inclusive, tinham poucas juventudes naquele espaço.

conta Thalia na entrevista.

Thalia –  Então, por que a gente não dialoga com a base primeiro? A gente fortalece a base, juventude de território, por exemplo, só descobrir esses espaços depois de entrar numa organização nacional. Então, a gente tem um processo de não diálogo com a juventude de território, que acontece muito, até porque é isso, é um eixo específico de onde as oportunidades rodam ainda. 

Thalia – […] a gente sentiu muito essa necessidade de, primeiro, olhar para a base, para o território, fortalecer essa juventude, levar ferramentas. Inclusive, aí eu posso entrar muito no primeiro evento que a gente participou no passado, que foi o Diálogos Amazônicos.

Thalia – A gente teve uma mesa com a Cojovem, a Cojovem é uma organização do estado do Pará que trabalha também com fortalecimento, é um trabalho bem técnico, realmente com pesquisa e eles fortalecem a gente desde o ano passado. também do Pará ou da Amazônia do Brasil. A gente fez um evento que dialogava também com juventudes de outros países.

Thalia – Então, como que a gente conseguia ter um diálogo participativo, sabendo que o CONJUCLIMA também está propondo conselhos, ao mesmo tempo que a gente escuta a juventude que está na base, no território? Então, esse foi o primeiro evento que a gente participou enquanto CONJUCLIMA, foi um evento muito importante para a gente. A gente conseguiu identificar que diversos problemas da Amazônia, que está além da Amazônia do Brasil, de outros países, eram parecidos com o que a gente estava enfrentando aqui.

Desafios na Mobilização pelo Clima

Thalia destacou o esforço do CONJUCLIMA em participar e mobilizar para a Conferência Nacional de Juventudes, enfatizando a importância de tornar os processos participativos acessíveis e inclusivos. Ela ressalta a necessidade de diálogo com diversos movimentos sociais e juventudes territoriais, buscando ampliar o alcance e a representatividade do movimento climático no Brasil. Essa iniciativa tem o objetivo de dar força ao ativismo político em níveis nacional e local, garantindo que a juventude tenha suas demandas percebidas e consideradas na formulação de políticas públicas relacionadas ao meio ambiente e clima.

Thalia – Então, foi um ato de resistência também o evento que a gente propôs. A gente participou também da Conferência Nacional de Juventudes. Ano passado, a gente conseguiu montar uma delegação. Na etapa digital, a gente teve mais de 1.400 votos. Então, foi um processo de realmente mobilizar, é falar, meu pai, vota aqui, minha irmã, vota aqui para a gente conseguir ir. No final, a gente fez uma abrangência maior. 

Thalia – A Nathalia Tsuyama, que é a Dengaja Mundo, ajudou muita gente nesse processo. Ela trabalhou como a mobilizadora, também foi a pessoa que chefiou nossa delegação na Conferência Nacional de Juventudes, e a gente elevou outras juventudes também que eram de território. Inclusive, nunca tinha uma oportunidade de ter participado, porque a gente estava há mais de seis anos sem uma conferência.

Thalia – A gente tem uma preocupação agora também do movimento estudantil com a pauta climática. Então, a gente está preocupado realmente em como fazer esses diálogos se tornarem diálogos que a gente pode trabalhar junto com outras juventudes, sabe? para além da nossa. 

A juventude que já está, a juventude partidária, a juventude do movimento estudantil, que são pessoas muito organizadas, que já ocupam aquele espaço há mais tempo. Então, também foi uma surpresa para a gente a primeira vez que a gente chegou naquele espaço. E foi muito bom também a nível de experiência para a gente saber como que estavam os processos do movimento.

 conta Thalia na entrevista.

O papel da Juventude na construção das Políticas Públicas

Rodrigo, membro do CONJUCLIMA, fala sobre o papel da juventude na construção das políticas públicas relacionadas a clima e meio ambiente e ainda sobre a percepção acerca da participação se refletindo nas decisões e ações dos Governos e das instituições. A liderança demonstra o quanto apesar da dificuldade para que a juventude seja ouvida, tem forte potencial político.

 

Rodrigo – Muitas pessoas que escreveram a Constituição tinham menos de 35 anos. Quem começou a Revolução Cubana, tanto Fidel quanto Thier, eram menores de 35 e quando eles terminaram eles ainda tinham menos de 35. Então você vai estudar, e assim, inúmeros outros casos, positivos e negativos, de revoluções, ou enfim, insurgências e grandes mudanças políticas na história brasileira e mundial, foram movimentados pela juventude, e a gente pode trazer a própria campanha da legalidade no Brasil, que segurou Jango no poder, que foi puxada pela UN, foi puxada por Brizola, mas com apoio nacional da Unicom, muito forte. Então, quer dizer, a juventude, quando organizada, a juventude, quando tem voz, ela provoca mudanças. Isso aí é histórico no Brasil e no mundo.

Historicamente, as juventudes não são ouvidas. Isso não é só no Brasil, é um contexto meio mundial, acredito. E assim, pela construção do Brasil, pela própria construção da política no nosso país, isso é renegado. O que é uma coisa que, estudando, eu estava falando isso com o Thalê outro dia, não condiz muito com a realidade em matéria de mudança política. Porque você vai estudar, por exemplo, a própria Revolução nos Estados Unidos, que fez independência dos Estados Unidos, muita gente lá era jovem.

conta Rodrigo, na entrevista.

 

Rodrigo – […] A questão é, ela não muitas vezes tem esse espaço, ela não muitas vezes tem essa voz. Hoje em dia, a gente até sente uma vontade do governo federal em ter, eu friso aqui o governo federal, porque pelo menos alguns outros governos, assim, eu nunca vi um governo municipal ter uma proximidade muito forte e os estaduais no geral também não, mas o governo federal atual a gente sente uma certa proximidade com a juventude e uma certa abertura para esse diálogo que eu acho muito bom e muito necessário. mas não excluir a necessidade de um espaço.

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[…] um espaço para que a juventude possa construir suas políticas públicas, um espaço para que as juventudes possam debater ou até pesquisar quais são suas necessidades, quais são seus dilemas, quer dizer, como a gente insere, por exemplo, a pauta da saúde e clima, saúde mental e clima e outras questões. para o contexto de juventude, que é uma categoria que está sendo pressionada em muitos sentidos o tempo todo, para se inserir no mercado de trabalho, para se entender enquanto ser humano, para começar a virar adulto logo, mas ao mesmo tempo também não é adulto o bastante para poder assumir a própria vida.

 

Qual é o nível de Participação da Juventude na construção de Políticas?

Thalia –  A gente tem uma pesquisa realizada alguns anos atrás que engaja muito. recomendou, que é cadê as juventudes na política pública federal? A gente tem um estatuto das juventudes que garante pra gente 11 direitos, né? E a gente teve nos últimos anos, acho que a gente tem que lembrar, fazer um passado assim, uma linha até o passado, que de 2020 pra cá, a gente teve um governo que enfraqueceu não só a política ambiental, mas tem a política de juventude, né? 

Thalia –  Então, realmente é algo que essa pesquisa aponta também, né? E eu acho que vou puxar um pouco do gancho do que a Rod falou, porque a gente precisa que os espaços sejam técnicos, que a gente consiga realmente propor política pública, que a gente consiga sentar na mesa e falar para o nosso governante o que a gente está precisando, desde o nível municipal ao nível federal, porque a gente tem pouca juventude na política, então acho que a gente ia realmente lembrar. 

De 2020 para cá, a gente teve enfraquecimento da participação da juventude, e isso está na pesquisa Cadê Juventudes na Política Pública Federal, Vinhagem Mundo. Então, a gente tem processos, por exemplo, de 2019 para trás, a gente tinha um espaço sendo criados, que eram os conselhos. Então, a gente também teve…  […] A juventude tem espaços, mas são construtivos, que agora estão enfraquecidos também, porque a gente teve esse governo que está entrando agora, está no novo processo ainda. Então, qual está sendo realmente a efetividade dos espaços que a gente está inserido a nível de os governantes realmente escutarem o que a gente está propondo e a reforma desses espaços?

conta Thalia  na entrevista.

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[…] nos últimos quatro anos de um governo que enfraqueceu a política pública, a política de juventude, a gente tem um novo governo que está pautando sustentabilidade com participação da juventude, mas o que a gente precisa a longo prazo realmente é sentar na mesa de negociação e ser escutado. porque senão a gente vai ter uma crise climática agravada em dois anos ou mais, que foi o que o secretário da ONU falou, a gente tem dois anos para resolver esse problema, a gente já sabe que isso vai acontecer. Só que a gente, enquanto juventude, está preocupada, só que os nossos governantes estão achando que isso não vai se agravar a longo prazo. E eu acredito que até 2050, que a pesquisa fala que metade da população jovem do Brasil já não é mais.

Thalia – Então, hoje a mudança climática não vai afetar só a geleira lá do outro lado do mundo, não é? vai afetar também a minha saúde, vai ter o aumento de epidemias. Então, eu acho que entra até na questão da Juma, uma pesquisa que foi feita também que fala sobre juventude, clima e meio ambiente. Como que a gente sente essa desesperança? mas não tem uma forma de a gente lidar com ela por causa também do que os nossos governantes estão fazendo de proposição para a gente. Então, é um buraco muito grande, na verdade.

 

Thalia –  A gente tem 21 anos, mas já está preocupado a longo prazo. Então, esses processos que o Cadê a Juventude aponta, é realmente que a gente sumiu dos espaços de tomada de decisão, acho que nos últimos sete anos, a gente não consegue espaços de proposição que de fato os políticos escutem a gente, E a gente não está tendo uma participação efetiva realmente na criação de política pública e quem está representando a juventude não está olhando para essa questão. Então, a gente tem que ter acesso à segurança, acesso à saúde, porque o clima é uma intersecção.

Thalia –  […] hoje a mudança climática não vai afetar só a geleira lá do outro lado do mundo, não é? vai afetar também a minha saúde, vai ter o aumento de epidemias. Então, eu acho que entra até na questão da Juma, uma pesquisa que foi feita também que fala sobre juventude, clima e meio ambiente. Como que a gente sente essa desesperança? mas não tem uma forma de a gente lidar com ela por causa também do que os nossos governantes estão fazendo de proposição para a gente. Então, é um buraco muito grande, na verdade. 

A liderança do CONJUCLIMA reforçou ainda a importância da articulação política para resolver os problemas climáticos de longo prazo percepção  das origens dos problemas climáticos e intervenção a longo prazo.

Thalia –  Porque senão, a gente vai ter uma crise climática agravada em dois anos ou mais, que foi o que o secretário da ONU falou, a gente tem dois anos para resolver esse problema, a gente já sabe que isso vai acontecer. Só que a gente, enquanto juventude, está preocupada, só que os nossos governantes estão achando que isso não vai se agravar a longo prazo. 

 

Como as Interseccionalidades são pautadas pela Coalizão?

Thalia comenta como o CONJUCLIMA trata a questão das interseccionalidades na condução dos trabalhos. Elas estão presentes nas atividades e propostas da Coalizão, assim como a composição de lideranças de diversas regiões e territórios do país.  Thalia acrescenta sobre a importância de pautar as diversidade regional e territorial sem personificar as diferenças. 

Thalia – Eu não gosto de falar isso porque eu acho que me coloca muito num espaço de… Como se eu fosse um personagem, você é uma mulher negra da Amazônia e afim. Eu não gosto de me nomear assim. Mas eu acabo me nomeando assim às vezes E eu só tive essa noção quando eu entrei no nível nacional de organizações Que eu precisava estar me afirmando o tempo todo Isso foi muito estranho para mim E ainda é estranho, na verdade Então, eu vivo constantemente esse sentimento de ter que falar toda hora a importância de eu estar num espaço, ou sei lá, mas eu não quero que me olhem só como a Thalia da Amazônia, sabe? Ou a Thalia que representa alguma coisa. 

Thalia – Mas eu acredito que é importante a gente ocupar esse espaço, e a partir do momento que a gente ocupa esse espaço, a gente torna ele um espaço acolhedor e um espaço participativo e justo. principalmente na questão de oportunidades. Então, eu acho que eu trago muito essa visão, coordenando junto com o Rodrigo, a gente ter processo de escolha de pessoas para eventos justos, destinar oportunidades de maneiras justas para as pessoas, fazer processos não violentos, isso é muito importante. 

Thalia – E aí, entre o viés também da justiça, isso é racial. Eu acho que também colocar as pessoas, a gente tem uma pessoa indígena, inclusive, que é o Edson, Edson Cambeba, que é o coordenador de comunicação. Hoje a gente já tem uma paridade bem maior, são pessoas do Nordeste, maioria, que estão ocupando a coordenação. 

Thalia e Rodrigo reforçam ainda a importância de pensar a partir das interseccionalidades  para atuar em defesa dos interesses das populações de jovens historicamente subrepresentadas no debate climático e ambiental.

Thalia – E eu acho que o maior feedback que a gente tem é a pessoa falar, eu me sinto representada, eu me sinto acolhida no espaço que vocês estão construindo. Então, quando eu escuto isso, eu fico bem feliz, na verdade. Porque não é fácil, acho. Não é fácil também você representar uma coisa. e você ser a pessoa que representa uma pauta, uma causa, num espaço tão grande, tão diverso, mas é basicamente isso.

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[…] essa viagem de justiça racial, justiça de gênero, principalmente incluir outras pessoas, vem muito dessa incidência no território. Então, a gente preza muito por trazer pessoas e narrativas de outros lugares, sabe? Fazer essas pessoas serem escutadas. Então, a gente sempre tenta pensar como a gente pode melhorar. Eu acho que isso é uma reflexão que a gente tem que ter no terceiro setor no geral. A gente ainda tem poucas juventudes, é ocupando cargos de liderança, poucas pessoas representativas, então questão de gênero, cor, raça. Então eu acho que o que a gente aplica no ConjuClima hoje também vai refletir no terceiro setor de juventude no futuro

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[…] acho que só trazer também novamente a questão da incidência regional. O fortalecimento regional entra muito nessa questão da justiça climática e racial e de gênero, porque, no fundo, você está puxando a questão regional, você está puxando as regiões que estão afastadas do meio desse debate.  

Rodrigo – Então, são pessoas que estão vivendo clima e meio ambiente no dia a dia, juventudes indígenas, juventudes quilombolas, juventudes extrativistas, mas que muitas vezes não estão conseguindo incidir na política pública nesse sentido, e muitas vezes elas não são nem vistas no próprio meio climático. E Então, o CONJUCLIMA, muitas vezes, pretende ser esse espaço para que essas juventudes tenham contato entre si e possam incidir nesses espaços também. 

 

Qual o papel da juventude no Ativismo Político?

Rodrigo fala sobre o papel da juventude na participação política  e a incidência dos jovens nos espaços políticos. O líder destaca as dificuldades enfrentadas pela população jovem engajada em incidir nos espaços de decisão e debate político. A participação muitas vezes fica condicionada aos eventos simbólicos que não geram resultados.  

 

Rodrigo – Se a juventude, como a juventude engajada está incidindo hoje, a gente enxerga que é muito uma questão de dificuldade, digamos assim. A juventude tem muita dificuldade de poder incidir nos espaços, a juventude é muitas vezes colocada em espaços que são relevantes e são importantes, por exemplo, eventos, palestras, mas que não são a mesa de decisão, não são a mesa de debate. 

Rodrigo – São espaços que, ela vai para falar a importância da juventude estar nos espaços, mas aí quando chega a hora da juventude estar nos espaços, efetivamente, ela não está. Então, acho que a juventude engajada tem muito esse papel hoje de se pautar, de se construir, de se conduzir, mas ela precisa estar preparada, ela precisa de uma preparação maior para poder incidir nesses espaços quando, ou enfim, pleitear esses espaços efetivamente. E não é uma culpa da juventude, não coloco um peso na juventude, coloco um peso no poder público. 

[…] Eu acho que é importante que ela saiba defender suas próprias ideias de forma democrática, de forma saudável, sustentável. Então, quer dizer, o que acontece na prática de a gente não ter uma educação política, de a gente não ter uma educação climática, é que acaba que a juventude, no geral, ela tende para um radical de desconhecimento e ela usa esse radical de desconhecimento para continuar propagando isso eternamente. Então, é por isso que a gente acha necessário, na verdade, trazer essa juventude e engajar essa juventude que, enfim, já tem sua formação, já tem sua visão, para que ela possa não mudar o mundo, mas tentar fazer alguma diferença aí nesse processo.

conta Rodrigo, na entrevista.

 

Rodrigo – O voto jovem, com a partir de 16 anos, foi a partir dessa última república, foi depois da ditadura militar, mas eu não sei quando é que foi agora, mas é recente, é muito recente. Então quer dizer, como que a juventude pôde começar a se pautar na política? 

 
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 O poder público é pensado, literalmente, a gente só pode se candidatar ao Senado aos 35, à presidência aos 35, ao governador, se não me engano, aos 30. E eu acho que também tem um limite de idade para você poder se candidatar a prefeito. 

Rodrigo e Thalia enfatizam a necessidade de os jovens ocuparem não apenas espaços simbólicos, mas também estruturas de governança para efetivamente influenciar políticas, especialmente no âmbito climático.  As lideranças veem que a participação da juventude pode ser pensada de outra forma, buscando criar espaços de incidência para promover mudanças reais.

 

Thalia  – Eu estava esperando aqui para trazer esse dado porque é um dado bem preocupante. Novamente a Joma olha ela aqui de novo. A Joma fala muito. Essa pesquisa foi feita com 5 mil jovens, né? Mais de 5 mil jovens, na verdade. e 36% desses jovens não sabiam em que bioma eles viviam. Então, é um dado preocupante, porque é muito do que a gente já conversa. 

Thalia  – Você precisa saber para pertencer. Então, como que a gente faz o jovem saber que ele pertence àquele bioma, que a gente precisa pautar aquele bioma, que ele precisa proteger aquele bioma e que ele precisa estar ocupando os espaços? Então, eu acho que o CO vem muito nessa proposta também, de fazer uma intersecção falando da política de uma maneira mais incisiva. Então, por isso que a gente, nosso principal trabalho como CONJUCLIMA, na verdade, é o advocacy. esse poder de influenciar. Então, a gente pensa muito para o futuro da política, realmente pautar a participação da juventude.

Thalia – […] Então, pra juventude se candidatar, eu acho que a gente não tem que ter medo. Eu acho que quando a gente fala de política, a gente tem muito medo, sabe? […] Então, é um sonho a longo prazo desse espaço chamado CONJUCLIMA realmente fazer com que as pessoas vejam a importância da política, vejam a importância de espaços participativos de fato, não é só o prefeito lá e me consultar, é realmente eu ter o poder de tomar decisão junto com ele. Então, engajar essas pessoas da causa ambiental e climática também nesses espaços de participação pública que existem. 

Não deixe de ouvir a entrevista na íntegra! Basta apertar o play lá no início ou acessar o episódio no Spotify.

Uma mensagem das lideranças do CONJUCLIMA para os jovens cidadãos eleitores

 A gente não precisa ter medo também de ser a gente, mas a gente também precisa ter coragem para tentar ocupar os espaços que falaram para a gente que a gente não deve ocupar. Então, se candidatem, mas se não se candidatarem, pelo menos pesquisem sobre a política, pesquisem sobre os partidos, pesquisem sobre o seu prefeito, pelo amor de Deus, eleição municipal, e especificamente sobre os seus vereadores, que fazem a política para o prefeito, não existe prefeito sem vereador. Então, votem direito em todos os sentidos e votem coerentemente com o que você acredita, não votem só porque o cara, ah, o brother lá é amigo de sei lá quem, que eu gosto. Não, vota porque você acredita.

conta Rodrigo na entrevista.

Então, acho que é importante também a gente começar a falar sobre isso com as pessoas que a gente confia, que a gente tem o carinho e começar a lutar aos poucos, sabe? Porque eu acho que é muito, vem muito da gente estar sobrevivendo ao mesmo tempo que a gente precisa pautar outras coisas que são prioritárias, mas que está tudo bem também, sabe? Está tudo bem a gente começar aos poucos e eu vou deixar essa mensagem. Procurem coletivos, pessoas que vocês possam apoiar e comecem a se organizar na base de vocês, que eu acho que é o caminho certo para a gente conseguir mudar as coisas, né?

conta Thalia na entrevista.

Se quiser conhecer mais sobre a trajetória do CONJUCLIMA, da Thalia, e do Rodrigo, confira a entrevista completa no Spotify.

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