Um dia da mulher e muitos não-dias para as mulheres

foto de ruth borges, mulher branca com cabelos presos e blusa bege.

Ruth Borges

Ruth Borges, mulher, filha, neta, educadora, palestrante, historiadora, autora de material didático, apaixonada pela educação e devota ferrenha da ideia de que o afeto muda a vida das pessoas.

Um dia da mulher e muitos não-dias para as mulheres

Como educadora tenho o privilégio de refletir sobre a importância do Dia Internacional da Mulher, uma data que transcende o tempo e as fronteiras geográficas. Para mim, essa celebração vai além de uma simples homenagem; é um momento de reconhecer as conquistas e lutas das mulheres ao longo da história, especialmente no Brasil. E apesar da importância do dia 8 vivemos um não-dia da mulher diário. Costumo dizer às minhas alunas “Corremos o dobro para chegar na metade”.

No Brasil, a data tem raízes profundas nas lutas operárias e feministas, marcando não apenas uma celebração, mas também um momento de reflexão sobre a desigualdade de gênero no país. O marco inicial desse movimento no Brasil remonta a 1857, quando operárias têxteis de Nova York protestaram contra as condições de trabalho precárias e exigiram melhores condições. Esse evento inspirou manifestações subsequentes em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil.

Desde então, o 8 de março tem sido um dia de mobilização e conscientização sobre as questões que afetam as mulheres brasileiras. No decorrer do século XX, o país testemunhou avanços significativos em termos de direitos das mulheres, como o direito ao voto em 1932 e a promulgação da Lei Maria da Penha em 2006, que visa combater a violência doméstica. No entanto, apesar dessas conquistas, a desigualdade de gênero ainda é uma realidade persistente no país.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que as mulheres brasileiras enfrentam disparidades salariais significativas em comparação com os homens, com mulheres negras sendo as mais afetadas. Além disso, a violência contra a mulher continua sendo uma questão alarmante, com altos índices de feminicídio e agressões físicas e psicológicas. Esses problemas são agravados pela falta de políticas eficazes de combate à violência de gênero e pela sub-representação das mulheres em posições de liderança e poder.

Diante desse cenário, o 8 de março se torna uma ocasião importante não apenas para celebrar as conquistas das mulheres, mas também para reafirmar o compromisso com a luta pela igualdade de gênero. 

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que as mulheres brasileiras enfrentam disparidades salariais significativas em comparação com os homens, com mulheres negras sendo as mais afetadas. Além disso, a violência contra a mulher continua sendo uma questão alarmante, com altos índices de feminicídio e agressões físicas e psicológicas. Esses problemas são agravados pela falta de políticas eficazes de combate à violência de gênero e pela sub-representação das mulheres em posições de liderança e poder.

É essencial que sejam implementadas políticas públicas eficazes para combater a desigualdade e garantir os direitos das mulheres em todas as esferas da sociedade. Somente assim será possível construir um futuro mais justo e equitativo para todas as brasileiras.

Como mulher que viu de perto as lutas e as vitórias de tantas outras, é com um misto de orgulho e esperança que encaro o Dia Internacional da Mulher. É um momento de lembrar não apenas das barreiras que já superamos, mas também daquelas que ainda precisamos derrubar juntas.

Como educadora, tenho o privilégio de testemunhar diariamente como o afeto pode transformar as relações humanas e influenciar na luta feminina por igualdade, principalmente através da educação. É o afeto que nos une e nos impulsiona a superar obstáculos, inspirando-nos a ser agentes de mudança em um mundo que muitas vezes nos subestima. Nas salas de aula, vejo o poder da educação em desafiar estereótipos e empoderar as mulheres, fornecendo-lhes as ferramentas necessárias para reivindicar seus direitos e buscar seus sonhos.

É através do diálogo afetuoso e do apoio mútuo que construímos laços sólidos de solidariedade, promovendo uma cultura de respeito e igualdade de gênero.

No Dia Internacional da Mulher, não apenas celebramos as conquistas do passado, mas também renovamos nosso compromisso de criar um futuro onde todas as mulheres possam florescer plenamente, livres de discriminação e violência. Que cada gesto de amor e empatia nos leve um passo mais perto da realização do sonho de um mundo mais justo e inclusivo para todas nós.

Juntas, podemos construir um mundo onde o 8 de março seja mais do que uma data comemorativa, mas sim um verdadeiro símbolo de conquistas e esperança para todas nós. E quem sabe assim os não-dias se tornem todos um 8 de março e o 8 de março seja só um dia qualquer.

Rolar para cima